Bradou aos quatro ventos a sua intenção de denunciar o dono do bar, que andou servindo uísque falso. Ninguém prestou atenção. Ninguém presta atenção. Quem é que se concentra na conversa do próximo? Já é assim na sobriedade da vida, imagine na embriaguez do bar? Então chegou à conclusão que o mundo só entende os atos, jamais as palavras. Subiu no balcão e atirou o copo à prateleira vítrea que expunha inúmeras garrafas. Foi um estrondo e um susto. O local parou para observá-lo tresloucado no alto. No ato, o dono tratou de chamar a polícia, enquanto ele continuava seu discurso corrosivo contra o veneno servido às doses naquele lugar metido a fino. Estava, enfim, no palanque que sonhara antes do gesto desvairado, e mesmo ao policial que o algemou para conduzi-lo à delegacia, falou alto e com desfaçatez: “o senhor está me levando para uma dor de cabeça menor do que aquela que eu teria se continuasse bebendo o uísque aqui desse bar”.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
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