Daí vem a precariedade da gente. Acho que as doenças já habitam o cérebro, antes de se alojarem no corpo. Psicossomática é um palavrão pra elas. São pestes mesmo. Fiz que fiz e fabriquei uma gripe, direitinho. A bem da verdade, procurei ajuda externa. Ambientes fechados, preferencialmente postinhos de saúde da periferia. Uns ventos fora de hora, sopa quente com sorvete, caça de espirros nos ônibus. Não contava com a tosse, mas fazer o quê? Faz parte. Depois uma moleza de alma, uma coriza sem fim, um estardalhaço de umidades. Mandei o cérebro parar, antes de uma pneumonia. E parou! Estagnou ali, na dor nos ossos, uma febrinha controlada, um esplêndido mal estar. Gostei. O único peso de consciência foi o de ter roubado na regras propostas. Agora, por exemplo, que penso numa gastrite, meu estômago só pensa num chá de hortelã. Assim, não há cérebro que aguente.
quinta-feira, 26 de maio de 2011
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