O grilo não sabe que hoje é sábado. Empenha-se em cantar como numa segunda-feira, árduo no batente. Fosse terça, e seu cri-cri carregado de mais bem-aventurança e verdadeira singeleza se manteria inalterável, alheio aos conceitos e significações humanas desse mundo. Na quarta-feira, tampouco, seus olhos se dirigiriam a um vazio, prenhe de significações, como as gentes às vezes o têm. Cantaria, e apenas isso.
Como cordas tangidas de uma harpa, sempre no mesmo ponto, tateando as mesmas notas, cantaria na quinta, sem almejar alturas ou outras glórias. Na sexta-feira, com seus assaz parcos dotes intelectuais, perspicácia alguma, o que por dedução nos eximiria em falar de sensibilidade, o grilo cantaria de novo. Não sei por qual maravilha se opera essa chatice.
Como cordas tangidas de uma harpa, sempre no mesmo ponto, tateando as mesmas notas, cantaria na quinta, sem almejar alturas ou outras glórias. Na sexta-feira, com seus assaz parcos dotes intelectuais, perspicácia alguma, o que por dedução nos eximiria em falar de sensibilidade, o grilo cantaria de novo. Não sei por qual maravilha se opera essa chatice.
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