Recebia aulas regulares de humildade. Na pequena Escola Bejamanos, para a formação de serviçais em nível de graduação, Jamil adotou o “sim, senhor” ou “sim, senhora” como uma espécie de “bom dia”, “boa tarde” e só, porque à noite se dormia cedo. Gostava daquilo, já que nunca deu nada vida mesmo, como lhe dizia constantemente a mãe. Entre os tantos outros alunos especialistas em coisa nenhuma, não havia quem se destacasse, e essa aura igualitária era, no fundo, a aspiração de todos. Jamil adorou o uniforme, marrom e sem moda, até pela dificuldade que tinha em escolher essa ou aquela roupa. Seu único senão era a falta de mais aulas sobre temáticas niilistas, e a repetida matéria em pauta que lhe fornecia a aprendizagem das várias entonações para as expressões “sim, senhor” ou “sim, senhora”, quase o transformara num ídolo de palco teatral da arte da submissão. Por via das habituais dúvidas, porém, optou por repetir de ano sempre. Nem espera, na verdade, obter o tão indiferente diploma da Bejamanos. Vai ficando...
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário