sábado, 1 de janeiro de 2011

Miudinho e bom

Miudinho e bom. Velho Mateus só não fora evangelista porque nasceu muito depois da bíblia, embora também já faça tempo. Tem a eletricidade dos fios desencapados que se tocam, célere como um esquilo esquálido, um leve posso com a benignidade das plumas. Dá ajudas e conselhos para colocar o mundo em acomodação constante. Pai do apaziguamento. Deposto de armas nos gestos e nas falas. Às vezes parece ser daquele mundo, não desse. Outras, assume a mediação entre as certezas alheias que se embatem. Nunca foi diplomata de carreira, juiz de pequenas causas ou conciliador concursado. Passa e refaz desfeitas. Bandeira branca, arco da aliança, pomba da paz. Mateus é desses que faltam. Que mereceria ser muito mais do que um personagem de uma crônica, ainda por cima pequena, como ele.
(Mongaguá-SP)

Um comentário:

  1. Alaor, você pode até não acreditar, mas no Rio Turvo, o jenipapeiro é uma das árvores mais belas e, normalmente, ficam abarrotados de jenipapos. Os frutos satisfaz os desejos de muitos que, naturalmente, se socializam por conta da interdependência ou cadeia alimentar. Bem, mas você indagaria sobre o que tem a ver jenipapos com Mateus? Eu responderia que além Turvo, Mateus também abarrotam a sociedade de árvores humanas. Obs.: tanto lá quanto cá os jenipapos - digo Mateus - exalam cheiros típicos, simplesmente, na esperança de serem cheirados, isto é, lidos.

    ResponderExcluir