Além dos altos e baixos, Túlio foi declarado psicologicamente compatível com a função de porteiro. Seu dever: abrir e fechar as travas para moradores e visitantes do antigo prédio. Tudo iria bem não fosse a escala! Madrugada. Túlio se comovia nas noites de Lua cheia. Uma conjunção planetária de nascença. Não que virasse vampiro, lobisomem ou qualquer coisa afeita a lobos ou morcegos, era uma sensação pura, de alma. Coçando em silêncio o cotovelo direito, punha-se a imaginar paisagens bucólicas, a ponto de não segurar o choro miúdo e algumas flatulências involuntárias. Naquele 19 de janeiro, Lua em êxtase, o síndico voltou de uma festa, nervoso e embriagado. Gritava do lado de fora, Túlio emocionava-se do de dentro da cabine, entre lágrimas e inatividade de movimentos. Foi o prenúncio de sua última noite de trabalho. Acabou demitido, por atentado à saúde privada.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
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