Viu Vilma se aninhar na cama e pensou besteira. O cheiro vinha da caixa de sabonetes, não de Vilma, mas com os olhos no ponteiro de minutos do relógio rosa imaginou um tempo suficiente, sob perfume agradável. Passou os dedos no rosto firme e imóvel da amiga, feito seda farsante ou veludo transgressor. Havia é óbvio, abaixo da face, um corpo de contornos fáceis. Debaixo do insignificante lençol, prováveis delícias. Além do estático, uma infinidade de movimentos possíveis. Algo lhe dizia da insensatez do gesto, afluentes pecados marchavam em direção à sua ética. A solidão até (ou talvez) lhe seria maravilhosa, não fosse a visita de Vilma justamente naquela hora. “Que bonitinho! Zelando por mim”, ela ainda lhe disse, antes de sucumbir aos sonhos.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário