Água na boca bem que sentiu. E não era afogamento, era fome. Boquiaberta quem ficou foi a moça do caixa, ao ver-lhe as babas escorrer pelas laterais do queixo. Dava certa repulsa, mas pena também. Tudo ali era tão caro – ao estômago e ao bolso, que àquele rapaz faminto só caberia olhar e babar mesmo. Educada, porém sarcástica, a jovem olhou para aquele homem parado defronte a vitrine de salgados finos: - Você vai querer alguma coisa? Sim, era evidente que ele queria. Não, seria óbvia sua resposta. Ele deu com os ombros: - Precisaria de dinheiro para querer... “É”, disse a caixa. O rapaz virou-se e seguiu o rumo da rua. Precisou ajustar as calças, ajeitando o cinto puído.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
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Quem ja não se sentiu assim, impotente, defronte uma vitrine? rsrs que dó!
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