Mil respostas esticavam a voz de Victor, quando nem se ofereceram perguntas para que explicasse as preciosidades de sua vida contábil. Um hiato enorme separava os ditos das inúmeras possibilidades de compreensão. Por que ele se defendia tão afoito de tão vastos insultos, se apenas o que quis saber Celeste foi como ia sua vida? Valha-me a Virgem Santa, bocejou o cérebro já quase surdo da moça, molestado no humor. E não cessavam aqueles fluxos de substância, fragmentos de histórias tristes, nacos de “haja saco”, porções de desalinhos com a vida. Victor era um néctar de fatos notáveis que ninguém percebia, um engarrafamento de tino e juízo, esconderijo de benignidade, segundo ele próprio desprendia. Até que se disse meio sozinho. E foi quando Celeste olhou para céu e pode respirar, para seguir seu rumo e retorquir apenas: “compreendo!”.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
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