Alguém sentiu naquele século. Só lá se usou essa poltrona azul. Era a pérola na sala, encostada ao canto, na qual a velha tecia afetos para os seus. Daí saiu oculto o blusão cinza: presente pelos quinze anos. Questões com alma, falas de ensinar, cantigas de tamanha ingenuidade. Hoje não faz diferença. Nem essas crianças idiotas a procuram para se sentar, como se tirassem proveito dos minutos de ócio. O cachorro fez xixi no braço esquerdo, sinta o cheiro. O café entornado no acento consolidou-se como marca. Da carta que li ali trago trechos esparsos na memória. Lembro-me que afundei naquele espaço macio e envolvente, depois devo dormido. Aliás, sonhado, porque o paraíso deve ser maior do que a poltrona azul.
sábado, 5 de novembro de 2011
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