Engorda assim a que horas? Era irônica, sem dúvida, a pergunta que Oduvaldo fez a Arlete, logo depois da arrogante dizer que há dias não comia nada, andava indisposta. As damas presentes já esperavam uma resposta atravessada da amiga gordinha, quando o misterioso Fúlvio tocou a campainha do pequeno apartamento. Ninguém o conhecia, mas todos pensaram tratar-se de um amigo de outrem, foi ficando. Elogiou as formas de Arlete, intuindo inclusive que seria oportuna a colocação “você está um pouco abatida”. Pronto! A robusta derreteu-se. Como se nem reparasse na bandeja de kibes que passava, deu-se à prosa com o moço. Logo tratou de elogiá-lo, “porque Fúlvio é isso e aquilo”, “porque Fúlvio é demais e sacado”, “porque Fúlvio tem o equilíbrio dos lordes”. O fastio tomava conta da festa quando Fúlvio sacou o revólver que ocultou todo o tempo no casaco. “Isso aqui é um assalto, otários!”. Todos, menos Arlete, prestaram queixas no distrito.
sábado, 19 de março de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário