Polenta por meses, e deu-se periquito. Incorreção era a fome, depois do bicho retirado do ninho. As pálpebras quase nulas pouco cobriam aqueles olhos assustados, sobre o biquinho débil e monstruoso. Exercitado o gosto, a tarefa era encher o papo. “Mãe, mãe, mãe”, queriam ensinar ao bicho, entre os olhares profanos e entrecruzados das raças distintas. Que periquitês sofrível, naquela raspa grudenta de papa e palavras. Abafada a fábula, a charla do periquito dá sinais do som. Charleia, parla coisas como “mãe, mãe, mãe”, com o sentido do óbvio sem faculdades. Remota lembrança dos demais grunhidos, tritinos, roncos ou pios do homem professor de um áudio só e desafinado. De frente para o infinito, o periquito olha em comunhão para o céu. Confisca os raios solares em desprezo as outras vistas, mas no fundo espera a papa... de polenta.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
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