Grasnou elogios a rodo. Varreu da sala qualquer dúvida sobre sua desconfiança em relação ao doutor Heitor. Homem direito, nem um pouco dado à comédia de equívocos que se apresentava como de sua autoria. Ele, doutor Heitor, jamais teria dito que dona Anabela era uma cadela. Nem passaria por sua cabeça julgar o filho dela um pervertido, a irmã uma adúltera, o marido corno ou a mãe uma cafetina. Não, doutor Heitor não era homem desses vulgares engenhos diabólicos. Que a teria visto às rodas com moços, isso sim, mas jamais se soube a intenção destes moços. Que o filho tinha por hábito levar os amiguinhos para sessões de filmes lascivos, até poderia ser verdade, mas daí à perversão... Depois, não haveria como julgar-lhe a irmã, só porque num deslize, em má fase do casamento, andou saindo com Toledo. Que Anabela revidou a traição do marido, é notório, mas isso é irrelevante. Já a mãe, coitada, que Deus a tenha, sempre lutou para que as filhas se casassem com homens ricos... mas daí à cafetina, não. E encerrou a conversa.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
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