Cantou vivas numa língua morta. Parecia um sapeca moleque a comemorar vitórias vãs de uma corrida à esquina ou jogo de futebol de botão. Nem tchum ao ano de década cheia a si, em que comemoraria seus oitenta. Com a verve pueril de um palhaço em cena desatou a fivela do cinto e o levou ao contorno da cabeça: “sou Rock, um lutador”. Demente como um Stallone, isso sim, devolveu-lhe a filha já senhora séria. Então César, com ares de imperador romano, modos de gigolô da Augusta e hábitos de cão perdigueiro disse, paulista quatrocentão estereotipado: “ôrra, meu, ‘cê quer tirar o açícar do meu formigueiro?”. Deu de trêmulos ombros, virou a cara e saiu tenor, cantando a patativa de Vicente Celestino.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
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