Naquele momento de hesitação mútua, o menino puxou o elástico. A menina fez cara de quero, mas guardava num short vitalício a noção de arte da infância. Bravo, caçador, desbravador, explorador, conquistador, triunfante, o menino. Ansiosa, perplexa, excitada, confiante, duvidosa, suspeita, indecisa, a menina. Perturbações comuns, culpas iminentes. No afã daquilo que em instantes poderia ocorrer, a indecisão. Como um franco atirador a poucos metros da vítima, o menino alçou mira. Não haveria, para a menina, a culpabilidade plena, quiçá nem pena, apenas a cumplicidade. Uma pedra de toque. O menino atirou. O passarinho voou. Sorte do bichinho, aquela imprecisão toda do menino ao estilingue. A menina sorriu, no fundo, aliviada.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
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