Peso nas pálpebras e de quebra outra garrafa de vinho. Enjôo iminente e o balanço da cortina com o vento. Verde tontura, amarelo tédio. Impossível emplacar outra taça com a confiança do primeiro gole. Fosse homem feito e talvez nem mal fizesse. Demônios adolescentes não têm papas na língua, invadem ouvidos com conselhos avessos. Ao lado da mesinha Guto fala. Matraca o loquaz compulsivo, agora amigo de copo. Mas, inexpressivo. O vinho que já subiu à compreensão. E se Guto fala, se fala, Guto, se não se esforça mais por compreendê-lo, amargo. Incompreensíveis frases de histórias e feitos. Compridas, infinitas. Herói ou vítima. Vinho, embora... sim, precisava ir embora agora. Alternativa incorreta. A mãe dirá que assim nunca entrará em medicina. Querer, quer, mas esse atordoado cinema distorcido vai colocá-lo nas artes. Guto não para nunca mais de falar.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
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