Essa mania de pisar nos sonhos ainda torcerá os pés de Nina. Ela faz dos desejos estradas e caminha sobre elas sem olhar nunca para o chão. Que mania! Às vezes não diz seu nome, nem desinfeta a boca. Entre paisagens duras e sussurros moles, Nina parece querer ler com os passos os textos escritos nos asfaltos ou rejuntes dos paralelepípedos. E ama (“eu amo isso”), diz ao seu próprio ego, mesmo quando as pernas estão moídas ou pregadas à cama pelo cansaço. Não sei que furo no destino ou buraco no piso ela ultrapassa ilesa. Mal posso desenhar o lugar de ave ou marcas de roda pelos quais Nina desliza no vento e avenidas. Vai ver o chão é o intervalo entre um anseio e um avanço. Nina cresce assim, e eu nem vejo.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
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