Na falta de meios para conhecer, Lara, a atriz, Dorival comprou ingressos para todas as noites do espetáculo no qual a moça atuava. Calculou que decorar-lhe as falas seria um princípio de sintonia ou forma de se aproximar da bela alma. Pulava as lágrimas, presentes na representação, por considerar que o seu amor seria uma felicidade só. Ofendia-se com os tabefes que a protagonista levava, quando o personagem marido a descobria infiel, mas passava com sua elucubração a postos na cena onde Lara orquestrava pulgas. Tal a trupe, Dorival ficou meses em cartaz na poltrona 5 da primeira fileira, aguardando um olhar furtivo da bela durante as palmas em agradecimento. Mas não veio de Laura os olhos fitos de contemplação, sim de Carlos, o marido da cena três. Mais que platônico, o ator o buscou a saída do teatro, e vivem felizes para sempre.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
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