terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ioiô girou

Ioiô girou, mas se deu à falha. Puxa, burra, puxa, ainda gritou descompassado Arcângelo Celestino. Um capeta, esse menino, resmungou a mãe da menina mandando que parasse. Índole dele, não apararia arestas. A coitada com corda enfiada no dedo não se conteve e armou berreiro. Cloacas da paz aparente, que se foi sem mais nem menos. A genitora deu lhufas para a filha, partiu com ferro e fogo para os costados de Arcângelo. Deu de ponta de tamanco fino, como se quisesse lhe perfurar pulmões e asas, se fosse o caso. O menino suspirou profundo e caiu à frente. Debateu-se convulsivo como se fosse morrer ou voar. Impessoal, olhou para céu. E só havia o Sol. Nenhuma nuvem foi capaz de encobrir a visão apavorada da mulher madura, quando deixou cair o tamanco sobre o asfalto quente. Há quem jure, depois daquela vozearia, ter visto o menino levitar.


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