sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Desperto e aberto

Desperto e aberto ao dia, Aderaldo deu para duelar com o Sol pelo brilho daquela manhã. Ambos luminosos, embora Aderaldo parecesse cintilar mais. Espírito aguçado era o dele, depois do sonho com coisas de acidental criança, capaz de voar ao movimento dos braços e pernas como o de um mergulho. Sem simonias ou cismas, tendia a idolatrar momentos. O cujo ainda impingiu tamanho desprezo pelo Sol que se fez superior em calor e altura. Subiu ao pico da ponta da estrada e abriu os braços, contemplativo. Achava-se maior e impune, o tal das coisas, o forjo das nuvens e adorno do espaço. Quais indecisas quadrilhas extraterrestres haveriam de se aventurar? Já a tarde subia conferindo-lhe a sombra definida quando sentiu o primeiro sinal da ardência. Conta o médico que Aderaldo chegou a queimaduras de segundo grau, por tamanha exposição solar.


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