Duvide, meu caro hóspede, da gentileza abobalhada desse anfitrião. Esse riso que você enxerga despenca de alguma intenção. Parece. De graça essa piada espirituosa chega sinuosa, a sério há mistério. O brinde carrega nas taças um erguer de ombros, nem aí, do tipo que desempata a retidão esperada das ocasiões como essas. Um sagaz confrade notaria de estalo essa farsa que você, com sumária percepção, não a vê. Deplorável é reconhecer que até os minutos que correm à sua presença são contados, de maneira regressiva. Falta pouco para sua escassa presença pronunciar o lamentavelmente habitual “boa noite” e seguir sua direção. Os prazeres tidos em comum há muito foram engolidos pelo desagrado de alma. O que resta em convenção é só peso da vida em sociedade. Afinal, já bem pago.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
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