Só tinha olhos para Estela, mas lhe faltavam os óculos, com os quais poderia enxergar com mais propriedade as crateras no caráter da mulher. Por amor, escapava-lhe a inveja que Estela sentia dele próprio, das pessoas próximas e até o cãozinho maltês – deste, somente porque podia dormir até a hora que bem entendesse. Pelos ouvidos voltados ao que ela dizia, sofria com as dissimulações chorosas que Estela usava, em aguda voz de falsete, sempre que queria arrancar-lhe dinheiro ou negociar com ele a felicidade. Triste é que ele, quase sempre cético, matemático e perspicaz, jamais fora um tolo, apenas ali agia como um apaixonado... sem fazer contas.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
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