Faltavam doze minutos. O Conselho Superior declarou a banheira cheia, por todos os lados. No entretenimento da plebe é preciso que haja abundância, sempre. O membro superior cuidou pessoalmente para que a água não transbordasse. “É preciso evitar o desperdício”, sentenciou. Às raias do deslumbre, a primeira dama deu de cotovelo no prefeito: “tá vendo? É melhor do que torneio de xadrez, sua múmia!”. O hálito do primeiro afetava as plantas do entorno, mas descortinaram o palco. A plateia expandiu. Só então o carrasco lançou a na água o mendigo Valdemar, o tal do hálito, e vetustas damas se puseram a esfregá-lo, com devidas luvas anticépticas. “Se na Bahia lavam escadas, essa lei da lavagem dos pedintes se tornará tradição”, observou o vereador, autor do projeto, segundo disse sua assessoria de imprensa à mídia.
terça-feira, 12 de junho de 2012
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