sábado, 2 de junho de 2012

Leu

Leu, depois queria ser plural como o universo. Teria sido melhor se lhe escondessem os livros. Quem sabe minoraria sua mania de grandeza? Mas, não. Estimularam o menino com muitas edições, até torná-lo contemplativo. Atordoado pelas metáforas, irônico como chuva de verão, não cabia mais naquela vila de gente simples e pensamentos anacolutos. Explicava belezas, corrigia sentimentos, perscrutava os “bons dias”. Querido, porque sim, mas odiado pela total carência de eufemismo, já mais para arrogante, cometeu o melhor gesto da vida quando partiu. Enfim, uma página virada.

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