Tomado de êxtase, tomou outro gole, já às contas com as dezenas, sem medir ou pedir a conta das despesas. Espessas despesas que seu fôlego mole e fala enrugada talvez nem dessem conta. Mas quem faz conta dessas coisas, naquele estado? O opaco e onomatopaico pedido de mais uma dose lhe foi negado pelo dono do negócio, com austeridade inequívoca. Evidente para ele, dono. Daí em diante ambos perderam os modos. Eles dois excederam-se. Os acontecimentos, idem. Sem uma pontinha de escusas, uma intenção de perdão ou alma em calmaria, partiram às vias do fato, amarelos de ver no que aquilo iria dar. Deu sangue, deu polícia. E, depois, um incomensurável arrependimento, de novo, em ambos. Afinal, o motivo era tão banal, que decidiram, juntos, tragar o último gole.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
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