sexta-feira, 24 de junho de 2011

Era um dia

Era um dia claro, daqueles no qual imaginamos que um grande sorriso se estende pelo céu. Mimos generalizados de sinais tomavam o ar: o canto dos passarinhos, o brilho das águas nas poças urbanas, o colorido das flores, o cheiro da relva, o rabo abanado do cachorro, os "bons dias" sem contas dos transeuntes, coisas boas, como a preguiça de escrever. Com os olhos fulgurantes atrás das lentes, dona Cândida ainda chegou com a notícia fresca: - Estou assando uns pães de queijo, você não quer ir lá em casa comer um pouquinho? Passou um café, a manteiga batida e os tais. Tocava não sei qual música, num solo de viola calma, quase um cool jazz, e Marciano chegou convidando-me a nadar na água quentinha da lagoa límpida. Com raiva da vida, desliguei o computador e prometi a mim mesmo nunca mais ir dar aulas noturnas.



Caeté-MG

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