Domou o pingo da chuva que lhe caiu no ombro. Pra lá, pra cá. Jean Carlo, depois dos altos estudos do zen e das pegadas na vila, virou Lao Tsé JC: alguma coisa entre o esoterismo e o rap. Uma espécie de DJ de mantras e amálgamas de sons mesclados aos gestuais orientais. Nunca mendigava respostas para sua sabedoria transcendental. Recebia as dádivas como quem abre a porta de um carro, para outros entrarem. Já havia fumado todos os fragmentos de velhos hábitos. Privava-se dos ofícios com frases espirituosas ou singelos biscates em prol de doações em espécie. Ao excluir da vida os rompantes e até roupas, passou a coexistir com o universo que para muitos era imaginário. Parafraseando o xará, vaticinava: “É fácil apagar as pegadas; difícil, porém, é caminhar sem pisar o chão”. Não tardou, assim, a comprar um helicóptero e uma cobertura com vista para o mar.
sábado, 18 de junho de 2011
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