Paria e transferia o encargo à tia. Michele era dada a doar-se à margem, onde houvesse um covil que a quisesse bela. Porque bela, na verdade, ela não o era, mas sempre há ladrão que saiu da prisão a seco; o meliante iniciante, a quem cada golpe é uma façanha; o bandido distraído que, louco ou bêbado, a comia. Os caprichos da fecundidade encarregavam-se do resto. A silhueta alterava-se a qualquer introdução na rima. Logo chegava Michele, com barrigão em riste, pedindo guarita à tia que a criara desde virgenzinha. Depois surgiam os furtos naquela casa aparentada, em prol do pai da criança, não vivia sem um extra ou aditivo à alma. Então surgia o recesso, um ou outro acesso e o natural regresso de Michele à corja; em busca de outro amor, abandonada pelo último pai de seu mais recente filho. À tia caberia a incumbência de produzir micheles ou, com sorte, novos machos, cujas mulheres que emprenhassem tivessem tias.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
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