domingo, 5 de junho de 2011

Considerava saudável

Considerava saudável sua introspecção. Devia ser, porque ninguém reparava, e é contemporâneo só se reparar nos erros e crueldades. No livro de múltiplas faces virtuais estampava sua cara como num velho álbum de figurinhas de artistas. Não havia informações relevantes, explicações ou motivos, só caras: facebooks. Sábios kkkkkkks, hilários como a troca nicks trôpegos em ênfases numéricas para a idade, comprimento do pinto ou quantidade de inteligência, cacarejados twitters de pássaros gagos ou de razões dodecafônicas. Bizarro higiênico mental a transgredir a higiene corporal que, pra quê? Então, já que não há contato, que sobreviva a conexão. A conferência ilimitada sobre o nada e suas nuances niilistas. Na dúvida, dá-se um delete, e certeza também não há. O papo estroncho é bom pra gente... a introspecção tão saudável quanto um aceite de nova amizade virtual. O vazio, enfim, completa.

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