Estatelado lá de bruços, enquanto os cúmplices diziam que era “de droga”, Saturno fingia. Não tinha interesse em falar com a turma adversária, e jogo-se ao chão quando viu que o pessoal inimigo se aproximava. Suas mãos lançadas na terra exibiam os dez dedos repletos de aneis: vaidade antiga e motivação do apelido. Contou com máxima que o avô lhe ensinara cedo: ninguém chuta cachorro morto. E tornou-se coisa enquanto todos batiam boca. Era reclamação por divisão de espaço. Saturno e sua turma andavam roubando onde não deviam. Eles, lá, se acertaram. E os rivais se foram. Só então Saturno entrou em órbita. Disse que não cumpriria o acordo porque, afinal, não havia participado dele. Seus camaradas não gostaram, mas Saturno era Saturno, o melhor entre os gatunos. Deram-lhe crédito, mas já no primeiro assalto apareceu em decúbito dorsal. Cheio de furos e sem os aneis.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
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