Sem romantismo e extremamente prático, pôs-se a conhecer o mundo pelo prazer do exótico. Aventureiro ele era, como lhe exigiam as histórias que tinha satisfação em contar, notadamente àqueles que nunca saíram de determinado lugar no planeta, pela pobreza, estreiteza de propósitos ou ambos os motivos. Não dizia mais de lutas contra monstros, conquistas de inóspitos territórios ou de heróicas batalhas aqui e acolá, mas das façanhas de se apanhar um metrô na China, da sensação de perdição no Nepal, da dificuldade de se entender as placas de sinalização russas ou do péssimo sinal de celular na baixa Normandia. Muitos, atentos, escutavam. Aquelas histórias com as minúcias dos chips, a clareza multimidiática e visão holográfica da vida eram, de fato, novidadeiras e futuristas. Só Felíciozinho, de dez anos, parou de súbito a fala do explorador: - Acho tudo isso no Google.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
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