Pela manhã o anão saiu em busca de emprego. A falência do circo transformara mais a sua vida do que a dos três tristes tigres magros ou a do elefante órfão, ora bem hospedados no zoológico. Os fantásticos cães patinadores vivem ainda de pequenos números mambembes, em frente ao barraco periférico de Deisy, a decrépita trapezista e adestradora, que cobra simbólicos ingressos no chapéu, para fazê-los deslizar sobre skates. O anão bateu nas portas e recebeu risos, como se tropeçasse nas lápides de suas próprias sepulturas. Passou a beber mais do que o seu tamanho. Mais alto que todos, decidiu se arriscar no contorcionismo sobre as mesas de bares. Passou os
pés pelas mãos, até se entrevar e virar uma espécie de vaso no hospital psiquiátrico, onde é regado todos os dias por enfermeiros e loucos que esperam, quem sabe, a sua transformação em flor.
pés pelas mãos, até se entrevar e virar uma espécie de vaso no hospital psiquiátrico, onde é regado todos os dias por enfermeiros e loucos que esperam, quem sabe, a sua transformação em flor.
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