Orgulho e convicção não eram estados na alma de Edelmiro, eram constantes. Daí a julgar tortas todas retas óbvias que Emília lhe apontava. Não aceitou o descanso na gripe, respirou o insalubre trabalho, segurou buchas no costado. Morreu como um peixe, debatendo-se por água, com os olhões vidrados. Emília tratou de repor aquele encosto teimoso, quando se deu com Gumercindo, tímido e indeciso. Ouvia para tudo os conselhos da mulher. Sarou de gripes, trocou de emprego e se desligou das desavenças. Emília, à beira da bílis cerebral, passou a entreter seus tremores criando ao moço ordens absurdas, que o bom companheiro cumpria com a mansidão dos simplórios. Sempre ordeiro, obediente nas ocasiões, risonho. Só chorou naquela manhã fatídica, na qual a mulher se enforcou na despensa.
sábado, 12 de maio de 2012
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