terça-feira, 8 de maio de 2012

Cochicho

Cochicho se preciso, mas não gosto. Quando a música não para, o barulho se avoluma ou dá uma vontade boba, então... Não que seja de propósito. Não fosse um esquecido, nem lembrava. Foi pro Heitor que eu disse “lavo as minhas mãos”, assim, num sussurro cochichado, quando queriam saber minha opinião sobre isso e aquilo. De coisa que não tem alcance eu canso, não falo ou então... Tem situação mais besta? A gente tá lá, viu o filme, e logo um pulha quer saber se gostei. Mania de tudo comentar, tudo querer saber. Ah, eu parto, me aparto logo. Vai que é por isso ficam pintando por aí a minha língua de preta? Ela me habita e pronto. Sabe a Cléia? Um dia, assim, mais silencioso, eu te conto.

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