Como todos, Alexandre acreditava naquilo que diziam os fabricantes em suas propagandas, e passava fome. Jamais aprendeu a ter dúvidas ou a arte do esquecimento das mensagens publicitárias. Cria, porque lera, vira ou ouvira. A fome surgiu do regime com uma “ração humana”, que engolia desgostoso em companhia de um refrigerante energético milagroso e eficaz. Faminto, engordara dezenove quilos, sem deixar de multiplicar os slogans dos produtos que assimilava feliz, e que já impregnavam suas vastas medidas. Como um enorme ente platônico, travou a fala na frase: “emagreça sem pressa”, que repetia ligeiro, ao menor sinal de vergonha que pudesse lhe propiciar uma indagação alheia. “Povo inculto”, dizia.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
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