Onde todos, torpes, confabulavam sobre como elegerem-se na política, Liovaldo plantava hortaliças. Era a chácara do doutor, ele, o jardineiro. Ouvia ao longe letras soletradas: pê, esse, dê, bê, tê, vê e outras; de perto, os trinados de pequenos pássaros, que ali sorviam a água fresca da horta úmida. Gargalhadas, som discreto de ervas daninhas arrancadas. Brindes de uísque, simpatia para espantar serpentes. Exagerados palavrórios, esterco para adubar o chão. Liovaldo, em sua estreita eficiência, ouvia aquilo desatento. Havia, em si, um compromisso íntimo de plantar e colher, semear para produzir.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
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