Pirotecnia a toda, Procópio Carlos era o possuidor do fogo. Por trás transparecia um fantoche de sombras, ligado por fios a algum manipulador invisível picado por pulgas nas axilas. Visto de frente, era de um brilho agudo, que doía nas vistas não só pelas cores berrantes, mas pelos berros opacos de conteúdos incolores. Combinou imitar Monroe sem vestido branco subindo ao peito, mas com a evidência de um pecado vizinho. Ninguém concordou em morar ao lado. Procópio Carlos tratou então de rever a performance, e faria Klaus com seus deuses em cólera. Para a felicidade atônita da plateia muda, a energia acabou. Procópio Carlos não se transformou sequer num retrato em branco e preto.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
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