Cruzando as manicuradas, aneladas e volumosas mãos sobre a cintura Mafalda, aos berros, transparecia um dragão em chamas, avermelhada de boa saúde. Rugia ante a fuga do “medíocre do Guilherme”, que se recusara a abrigá-la no leito dos sentimentos mais íntimos, com as aquelas frases de circunstância mal ensaiadas, consolações ocas e gestos de negligentes memórias. Mafalda perdera o apetite para os desdéns. Sua fome não engoliria acasos, no cio da iminente transformação em fúria. Guilherme bem que se quis doar ao confuso sacrifício das carícias sonsas, tremeu como uma gota d’água sobre o pelo de um cão em fuga, até sentir o alho no ar. Mafalda comera quilos de quibe carregado, e o pobre foi incapaz de transportar aquele frete.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
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