Manejou a presença de Diana com tácita distância. Fosse ela à varanda, ele, esquivo, estaria num canto oposto da sala. Santo guerreiro, ele pensou de si próprio, sem tirar o olho dos passos ligeiros da moça. Já nos verdes anos a então garotinha oferecida via nele um pedaço de amor maduro. Agora, adultos, virara caça. Oxalá seu tronco mirrado e magríssimo lhe gerasse asas, e Diana jamais o encontraria planando pelos céus, mas a realidade era ali, na casa do amigo, naquela festa, nos cômodos cada vez mais reduzidos que lhe exigiam manobras e disposições ímpares para os lapsos seguros de fuga. Aquela angústia não duraria o tempo de toda a comemoração. Decidiu encarar a predadora no círculo central da sala. Sem surpresas aparentes, parentes e presentes riram espantados, quando ela lhe lascou um enorme beijo na boca.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
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