A rocha avulsa despencou, pendeu a encosta e impediu o trânsito de Leôncio, que andava às tontas com seus avatares debaixo do sovaco. Parecia brejo, mas era precipício. O que representava a luz era uma lanterna; as trevas, toras de carvão. Dali, botar defeito era besteira, conduzir em frente, impossível, então tentar saltá-la, por pressuposto, era o que restava. Leôncio era de lua, com musculatura tensa e um ínfimo fiozinho de suor sempre lhe escorria à testa. Manipulava os joguinhos eletrônicos com trejeitos débeis e a aflição de náufrago, cheio de sustos. Jamais jogara com aquele famoso adversário, morador do alto do morro. Temeu mil medos, vacilou vezes seguidas e rendeu-se aos arrepios limítrofes da aflição plena. Aquela rocha, maldita, definitivamente impediu-lhe de chegar à próxima fase.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
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