Cebola na salada de frutas, macarrão na pizza, açúcar no churrasco. Odenir tinha augúrio do erro, e presumir que pudesse acertar naquele seu romance com Lena seria como acreditar em duende manco. Sustentando-se nos trâmites das balas de menta, cinema e festas, o namoro sombrearia o óbvio de relação estável, mas como conter os ramos nascentes de sua árvore torta? No velório da tia surda, Odenir olhou de esguelha para Selma, amiga da prima órfã. Microincomodada, Lena arriscou um beijo, ineficaz. Deu a mão, o braço e atenção plena, à toa. Quis mudar de lugar, Odenir não. Com a lógica do ciúme e ódio, aplicou um safanão no namorado galanteador: - Fique aí com seus mortos, cacoetes e baixarias, vou rezar pra outro santo! Selma a seguiu, perdidamente apaixonada... à primeira vista.
sábado, 10 de dezembro de 2011
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