O tom retórico dava-se nos silêncios. Um jorro de palavras emocionadas, e pausa. Um longa metragem de expressões faciais, e baixava a cabeça. Fazia-se utensílio do dono para uma massa cada vez mais inflamada contra as explorações cotidianas. Cair o quê do céu? Dizia manso, para sustentar o augúrio previsto. Deu-se que, de lá do meio, Celiozim se punha cada vez mais sério. Do ceticismo à revolta, da inércia à guerra. Nunca se dera à algazarra, sério como coruja, decisivo feito onça. O bicho que lhe deu ninguém nunca soube, porque se calou ad infinitum. Meio mártir às avessas, ídolo dos tantos poucos que assistiram à cena. Uma longa pena cumpre sereno, como se lavasse das mãos o sangue sujo do feitor.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
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