Vergonha velada Abelardo a tinha de seus joelhos. Sentado na borda da piscina, tratava logo de afundá-los, numa incômoda posição que lhe exigia sustentar-se apenas com a extremidade das nádegas. Ali, ficava horas, enquanto Fabiana,a mulher, esbaldava-se, com joelhos e complementos ao sol, que parecia não ter fim. Estirada sobre a colorida toalha, fazia sinal para que ele esperasse mais um pouco. A lenta agonia de Abelardo, refletida no alto da bunda marcada pela borda, era quebrada apenas nos raros momentos nos quais levava à água o corpo todo, mas de dentro da piscina não enxergava Fabiana, e também não suportava deixá-la de joelhos expostos aos olhares dos demais freqüentadores do clube, especialmente dos homens. A situação tomou tensão quando Orlandão, conhecido conquistador, foi à Fabiana tomar-lhe emprestado o bronzeador. Da borda, Abelardo utilizava os dois braços para dar sinais a ela que enxotasse o garanhão. Cômica figura de bunda presa e mãos ao alto. O paquerador agachado, com os joelhos quase à face de Fabiana, piscou à mulher: “acho que seu marido está se afogando fora da água!”. Ambos riram, quando Abelardo finalmente andou em direção a eles. Tinha uns joelhos horríveis.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
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