Trocar o lugar à mesa era a estratégia. Um bom meio para mudar de assunto, porque o assunto parece mesmo mudar, quando se troca o lugar à mesa. Não suportava mais, imóvel, aquela conversa de Guilhermino. Discurso grandioso quanto à generosidade e nobreza dos bêbados, dito com as feições descompostas. Virou política, a prosa. Que logo se transformou em monólogo de Guilhermino, sobre as falcatruas e corrupções. Maniqueísta como torcedor fanático, repleto de argumentos vulneráveis. Horas assim e lesmas andam devagar. Mas a pressa pouco significado tinha a Guilhermino, que tomava-lhe o braço sempre que dizia “é cedo”. A paciência cruelmente derramada, passou do elefante ao Jó. Era uma canção sertaneja, que Guilhermino insistia em cantar para comentar a letra, quando Tales espalmou a mesa. “Dá próxima vez, arrume um cachorro, Guilhermino”.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
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