sábado, 20 de novembro de 2010

Prudência e olfato


Prudência e olfato nunca foram o forte de Laércio. Produzia insuportáveis flatulências em elevadores ou velórios, com a desfaçatez de um pardal aos defecar sobre a toalha de linho branco na qual pousou para ciscar algumas migalhas de pão. “Porco”, ouvia às tontas, mas não se importava. Aliás, “anta” também lhe cairia bem. Sujeitão escroto e sem noção. Inconveniente de merda. Parlapatão impróprio. Coisa ruim. Boca de bueiro, bunda fétida, buraco de esgoto. Escapamento de privada, chaleira de chulé, vapor de bosta. Vulcão de rato morto, em erupção permanente. Turbo de odor. Traseirão gaseificado.
Porque esse negócio de proteger personagem que peida, só porque o criamos, é coisa que me recuso a fazer. Terminantemente.

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