Os retângulos distorcidos que compunham a calçada tonteavam Toni, que andava em círculos. Passatempos de infância que viraram vício e trauma, depois de crescidos nos muitos tédios. Sempre ali, rumo a lugar nenhum, Toni entregava suas frustrações aos passos intercalados, em pas de deux com sua imaginação, fonte de hipérboles verdadeiras e alarmes falsos. Vendo-o, o povo achava que comprava desproporções aos seus poucos problemas. Fazia do dedal um balde, da linha a corda, na qual se enforcava. Mas, para Toni, aquilo não se propunha a espetáculo. Não era palco nem picadeiro, e tampouco se interessava em vender os ingressos. Porque não havia ápice, ora bolas.
terça-feira, 13 de março de 2012
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