Inventou, distraído, suas próprias elucubrações sobre as uvas passas. Sabia que as pobres passavam pelo longo processo de desidratação para minguarem feito ele, ali, parado, macambuzio, mas não supunha o mal que causariam ao Tao, o seu cão guloso que lhe roubara algumas dezenas delas. De nenhuma digestão à congestão foi um passo. O bicho devolvia a vida às uvas, reidratadas, enormes, vistosas naquela nojenta poça de lanço. A brutalidade do mundo exterior depois da profundidade displicente. Jurou de morte dos panetones, condenou salpicões, amaldiçoou pães e quitutes que se utilizavam daquilo. Tolerante, enfim, chegou à conclusão que damascos secos seriam ótimos substitutos à existência de um mundo glutão.
domingo, 11 de março de 2012
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