E quem é que sabe? Por aqui vem um ou outro, de vez em quando. Pega televisão, até pega. Mas, se não dá na televisão a gente aqui desse ermo não fica sabendo de nada. Árvore não conta caso e vaca não fala. Às vezes o vento traz uma ou outra conversa vinda de longe, da festa que se ouve em noite calma, que vem lá da vila; dos sinos da igreja com badalos de missa ou morte, no mais, é puro silêncio e grilos. Passarinhos? A gente sabe os créditos de cada um. O sujeito chegou aqui contando tristezas e admitindo fome. A gente não nega ouvido ou um pedaço de pão pra essas coisas. Nunca eu poderia imaginar, senhor delegado, que ele fez o que fez.
segunda-feira, 5 de março de 2012
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