Isso não está acontecendo! Ele falou consigo mesmo quando os larápios circundaram seu conversível. Pensou em erguer os braços, mas temeu que o gesto pudesse chamar atenção e enervar ainda mais os dois motociclistas e seus garupas. Tocar no porta-luvas, nem pensar. Pediu a Deus um jeito de fazê-los entender que entregaria tudo o que pedissem, sem desconto ou pechincha. A disposição da cena lhe favorecia uma arrancada veloz, mas pensou que estaria forçando uma tragédia. Desperto ao ápice, porém com a lentidão dos lerdos, pediu calma. “Calma!”, berrou no pensamento. E manteve a calma, como no pedido. Os quatro riram invasivos. Até que o da direita ergueu o capacete e, com olhar irônico, perguntou a ele se sabia onde ficava a padaria mais próxima.
quarta-feira, 28 de março de 2012
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