Caso houvesse benefício? Dizia Horácio, meio indagador, a qualquer proposta que lhe surgisse nas falas. Foi o que disse a Décio, quando este lhe propôs um passeio à cachoeira, onde o barulho da água submergia todos os outros sons. Lá, Horácio percebeu na boca de Décio a existência de palavras, além um mau hálito de metros, só pelo mexido pouco uniforme que os lábios faziam entre os respingos e ruído. Na dúvida do que dizia, respondeu “caso houvesse benefício?”, o que levou Décio a deduzir sem ouvir. E daquela insólita fala de surdos, viu o amigo sacar da carteira umas notas de dinheiro bom. Pensou: o benefício? Mas, por via da dúvida, recusou a proposta. Sabe-se lá por qual motivo esses loucos querem me beneficiar?
segunda-feira, 12 de março de 2012
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